Eu me casei pensando em primeiro buscar a graduação no curso que havia escolhido. Entretanto, logo em seguida, embora fizesse uso de anticoncepcional, veio uma grande surpresa: eu estava grávida! A felicidade foi imensa! Tive uma gravidez complicada, fiz cerclagem, usava medicamentos que ajudassem a inibir a ocorrência de um parto prematuro e ainda assim, a minha primeira filha nasceu antes do previsto, ficou quase um mês na UTI e saiu sem sequelas, saudável e me fez ficar ainda mais apaixonada pela maternidade. Gabriela é um presente de Deus na minha vida, me sinto realmente abençoada quando olho para ela e vejo o quanto ela é um ser humano lindo.
Anos se passaram e muitas coisas aconteceram. Eu me formei, fui trabalhar, fiquei hipertensa e por tudo isso, fomos adiando o sonho da chegada de um novo bebê. Certo dia eu e meu marido conversamos e decidimos começar as tentativas para a chegada de mais um filho. Não tive a menor dificuldade para engravidar. Ficamos felizes quando o resultado deu positivo, nos abraçamos, choramos, comemoramos muito. Minha filha transbordava de alegria. Mas, não demorou muito para nos entristecermos com a notícia de que havia ocorrido um aborto espontâneo. Fiquei sem chão! Era um bebê muito desejado e já havíamos nos apaixonado por ele.
Passado algum tempo, engravidei novamente. Mais uma vez a felicidade tomou conta de todos nós. Somos uma família unida, que se ama muito. Ah, como comemoramos!
Mais uma vez, no entanto, fomos surpreendidos com a notícia de que tratava-se de uma gravidez ectópica e que seria necessária uma cirurgia para a retirada de uma trompa. Eu não queria acreditar que estava passando por isso e que mais uma vez, o meu sonho era interrompido. Fiz cirurgia, fui pra casa e fiquei longos dias sem querer falar, queria ficar mais quieta no meu canto, refletindo e tentando entender tudo o que havia acontecido. Por que, se queríamos tanto? Por que, se tantas mulheres geram filhos que não desejam e os abandonam, e nós, que tanto queríamos, não estávamos conseguindo? Fiquei muito fragilizada emocionalmente, muito triste, não queria sair de casa, não conseguia pensar em outra coisa. Mas... Deus sabe de todas as coisas.
Conversei novamente com o meu marido e lhe disse que eu não estava preparada para uma nova decepção e que tinha muito medo de passar por tudo aquilo novamente.
Não programamos uma nova gestação, mas, num certo dia, mesmo tendo um sangramento parecido com o de uma menstruação, senti que havia algo diferente, e sem comentar nada com ninguém, resolvi fazer um teste de farmácia. Positivo! Fui à minha médica e a gestação foi confirmada através de um exame de sangue, em 15/01/2010, exatamente no dia do aniversário da minha mãe.
Ficamos felizes, comemoramos e havia muita expectativa para que o tempo passasse logo e não viessem surpresas desagradáveis como aquelas que havíamos tido. Os exames estavam ótimos, minha pressão arterial estava sob controle. Eu tinha consultas com o cardiologista e com a minha ginecologista/obstetra regularmente. Mas, embora tudo parecesse em paz, os resultados dos exames fossem ótimos, algo me dizia que havia alguma coisa errada, por isso eu chorava e conversava muito com a minha pequena, pedia que ela lutasse muito, não desistisse, pois era muito amada e nós queríamos muito que ela viesse fazer parte da nossa família. Não demorou muito para que a minha preocupação se justificasse...